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Apple alerta todos os utilizadores de iPhone: eis porque deve parar de usar o Google Chrome.

Pessoa a tocar no ícone de navegador num smartphone em cima de uma mesa de madeira com lupa e caneca ao fundo.

On a todos já passado por aquele momento em que o iPhone aquece na mão, a bateria desce a pique, e nós praguejamos contra “a Apple que faz tudo ao contrário”. Nessa noite, num café barulhento, eu via uma amiga a atualizar compulsivamente o Google Chrome no iPhone. Queixava-se da lentidão, dos anúncios que apareciam por todo o lado, dessa sensação estranha de que o telemóvel “a estava a vigiar”.
Pedi-lhe que abrisse a mesma página no Safari. Mesmo Wi‑Fi, mesmo iPhone, mesmo site. De repente, o ecrã respondia mais depressa, a bateria gastava menos, os rastreadores eram menos agressivos. Ela ergueu os olhos para mim, um pouco desconfiada.
A Apple nunca o disse de forma tão direta. Mas todas as suas escolhas recentes apontam no mesmo sentido.
A mensagem subjacente é bastante clara.

Porque é que a Apple quer discretamente que deixe de usar o Chrome no iPhone

Muitas vezes achamos que escolher um navegador no iPhone é só uma questão de hábito. Um ícone azul ou multicolor no ecrã inicial, nada mais. Só que, do lado da Apple, isto tornou-se um verdadeiro campo de batalha. Nas suas conferências para programadores, nas páginas de segurança, e naqueles pequenos ajustes escondidos, a Apple repete a mesma ideia: a privacidade não é negociável.
Perante isso, o Google Chrome chega com um enorme lastro publicitário às costas. Duas filosofias chocam sempre que abre um separador.

Este conflito não é teórico. Um estudo de 2023 publicado pela DuckDuckGo mostrou que o Chrome enviava claramente mais pedidos de tracking do que o Safari no telemóvel, mesmo com definições “privadas” reforçadas. No iPhone, nota-se nos detalhes: anúncios ultra segmentados, recomendações que parecem ler-lhe os pensamentos, sugestões estranhamente precisas depois de uma simples pesquisa.
Uma leitora contou-me que, depois de ver berços num site de decoração através do Chrome, o feed do YouTube e os anúncios do Instagram passaram a girar à volta da maternidade. Não tinha falado disso com ninguém. Só um separador aberto no iPhone, mais nada.

No plano técnico, a Apple já limita bastante o que o Chrome pode fazer no iOS. Todos os navegadores são obrigados a usar o motor WebKit da Apple. Chrome, Edge, Brave - toda a gente assenta na mesma base. A diferença real não está, portanto, na velocidade “pura”, mas no que a Google adiciona à volta: sincronização com a sua conta, recolha de dados de utilização, acompanhamento cross‑device entre o seu iPhone, o seu PC e a sua TV.
A Apple, por sua vez, insiste que o Safari foi desenhado para minimizar essas pontes invisíveis. Menos partilha de dados, menos perfis publicitários, menos portas abertas. O subtexto é duro: o Chrome, no seu iPhone, trabalha primeiro para a Google e só depois para si.

Os custos escondidos de manter o Chrome como navegador predefinido no iPhone

Se usa o Chrome por reflexo, o primeiro passo é muito simples: quebrar o automatismo. No iOS, basta ir a Definições, descer até Chrome e mudar App de navegador predefinida para Safari. Alguns segundos. E o próximo clique num link no Mail ou nas Mensagens já não vai diretamente para a Google.
Depois, abra o Safari e ative as proteções avançadas: bloqueio de rastreadores, ocultação do endereço IP, relatórios de privacidade. Em poucos gestos, o seu iPhone deixa de alimentar continuamente a imensa máquina publicitária da Google.

Muitos utilizadores mantêm o Chrome “porque já está tudo sincronizado”. É compreensível. Os seus favoritos, o histórico, as palavras-passe - tudo ali há anos. Só que esse conforto tem um preço escondido: cada início de sessão, cada pesquisa, cada vídeo visto contribui para enriquecer um perfil único, muitas vezes ligado à sua identidade real.
Sejamos honestos: ninguém faz isto todos os dias, mas tirar uma hora para migrar as palavras-passe para o Porta‑chaves do iCloud ou para um gestor independente (1Password, Bitwarden) muda o jogo. Mantém o conforto… sem deixar a Google segui-lo em cada gesto de navegação no iPhone.

Uma frase é recorrente entre engenheiros da Apple, mesmo quando falam off the record:

«O negócio da Google é a publicidade. O nosso é vender-lhe um equipamento. Isso muda tudo na forma como um navegador se comporta.»

Neste contexto, alguns hábitos tornam-se gestos de proteção muito concretos:

  • Limitar o Chrome a usos pontuais (serviços Google, testes web), e não como navegador principal.
  • Desativar a sincronização do Chrome no telemóvel, se quiser mantê-lo.
  • Fazer pesquisas delicadas ou privadas no Safari em modo de navegação privada.
  • Verificar regularmente que serviços Google estão ligados à sua conta no iPhone.

Cada pequeno ajuste reduz um pouco a superfície pela qual os seus dados podem ser “aspirados”. E, num aparelho tão íntimo como um iPhone, essa redução muda a sensação no dia a dia.

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Então, deve mesmo largar o Chrome no seu iPhone?

A verdadeira questão não é “o Chrome é mau?”, mas “a quem serve o seu navegador quando o abre no iPhone?”. A Apple promove o Safari porque é o seu ecossistema, claro, mas também porque toda a sua narrativa assenta na ideia de que o seu telemóvel deve ser um espaço privado. A Google, por sua vez, vive da correlação entre o que procura, o que vê e o que compra. Duas visões irreconciliáveis a coexistir no mesmo bolso.
Mudar de navegador não vai transformar a sua vida. O que muda, no entanto, é a quantidade de informação invisível que circula por trás das suas costas.

Ponto-chave Detalhe Interesse para o leitor
Privacidade reforçada O Safari limita mais os rastreadores de terceiros e a criação de perfis publicitários detalhados Menos sensação de estar constantemente a ser observado e alvo de publicidade
Ecossistema Apple coerente Integração nativa com iCloud, Porta‑chaves, Mail e Mensagens Navegação mais fluida, menos fricção, menos fugas de dados
Redução da dependência da Google Menos sincronização automática de cada ação para os servidores da Google Mais controlo sobre o que é partilhado, quando e com quem

FAQ:

  • O Chrome é mesmo menos seguro do que o Safari no iPhone?
    No iOS, todos os navegadores partilham a mesma base de segurança WebKit. A diferença está sobretudo na recolha de dados e na privacidade, onde o Safari é mais restritivo por defeito.
  • A bateria do iPhone melhora se eu deixar de usar o Chrome?
    Depende do uso, mas alguns utilizadores notam uma ligeira melhoria. Menos scripts de tracking e menos sincronização em segundo plano podem ajudar a bateria a durar um pouco mais.
  • Posso manter o Chrome apenas para serviços Google?
    Sim. Muitas pessoas reservam o Chrome para Gmail, Drive ou Docs e usam o Safari para o resto. É um compromisso interessante para limitar a exposição.
  • É difícil mudar todas as minhas palavras-passe do Chrome para o Safari?
    O mais demorado é começar. Depois de exportar do Chrome e importar para um gestor ou para o Porta‑chaves, a gestão costuma tornar-se mais simples do que antes.
  • A Apple bloqueia funcionalidades do Chrome de propósito?
    A Apple impõe as mesmas regras técnicas a todos os navegadores no iOS. A Google não pode, por isso, usar o seu próprio motor Blink. Onde as estratégias divergem é na forma de explorar os seus dados à volta desse motor.

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