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Caixas multibanco: o gesto simples a fazer antes de inserir o cartão para evitar fraudes

Homem a utilizar um caixa multibanco numa rua iluminada à noite. Edifícios com letreiros ao fundo.

O acesso a eles é prático, a segurança varia conforme o local.

As redes de fraude visam os caixas multibanco que são visíveis e pouco vigiados. Um controlo rápido, antes do cartão, bloqueia muitas armadilhas.

Porque é que um simples gesto muda tudo

Antes de aproximar o cartão do leitor, reserve dez segundos. Observe, toque, teste. Os dispositivos colocados por burlões raramente resistem a uma pressão firme. Este breve controlo impede a cópia da faixa do cartão e a captação do código secreto.

Gesto chave antes de inserir o cartão: puxe firmemente pelo leitor e pressione o teclado. Se mexer, afaste-se.

Este controlo não necessita de qualquer ferramenta. Aplica-se a todos os caixas: na rua, em postos de combustível, em estações de comboios. Complementa a proteção do código, que deve ser sempre tapado com a mão.

Compreender os métodos em torno dos caixas multibanco

Os burlões combinam várias técnicas. Algumas visam o cartão, outras o código. Os ataques ocorrem frequentemente no final da semana ou ao anoitecer, quando há menos vigilância.

Sinais de alerta a ter em conta

  • Um leitor que parece ter sido adicionado por cima do original, com plástico de cor diferente.
  • Um teclado que soa oco, está elevado ou sobressai do enquadramento habitual.
  • Uma frente que mexe ao toque, um suporte de cartão que “estala” ao puxar.
  • Um espelho ou cobertura invulgar que pode esconder uma microcâmara direccionada para o teclado.
  • Um multibanco desligado ou com avaria, mas que “engole” o cartão à insistência de um estranho.
Afaste-se se um transeunte insistir em ajudar. Os chamados “bons samaritanos” por vezes atuam em dupla para observar o código e desviar o cartão.

Como proteger o seu levantamento

Vários gestos simples reduzem o risco sem complicar o dia-a-dia.

  • Observar-puxar-pressionar: inspecionar a zona do leitor e do teclado, puxar, verificar a ausência de elementos móveis.
  • Tapar o código: cobrir o teclado com a mão, mesmo que ninguém esteja atrás de si.
  • Preferir os caixas em agências: locais iluminados, câmaras visíveis, acesso restrito.
  • Reduzir o tempo ao balcão: memorizar o código e recusar distrações.
  • Ativar alertas de movimentos: notificação imediata em caso de levantamento ou compra anómala.
  • Ajustar os plafonds de levantamento: limite adaptado à necessidade do dia, teto baixo no restante tempo.

O que fazer em caso de dúvida

  • Cancelar a operação e retirar o cartão de imediato.
  • Afastar-se do multibanco e sinalizar o aparelho ao balcão ou pelo número de apoio ao cliente.
  • Acompanhar os movimentos da conta na aplicação bancária nas 48 horas seguintes.
  • Em caso de anomalia: fazer oposição, pedir bloqueio temporário do cartão e apresentar participação à sua entidade bancária.

Principais métodos de fraude e gestos que neutralizam o risco

TécnicaIndícios visíveisGesto útilRisco visado
Skimming (sobreposição do leitor)Bico do leitor mais longo, plástico diferente, peças móveisPuxar pelo leitor, inspecionar o corte da ranhuraCópia da faixa e clonagem
Shimming (cartão fino inserido no interior)Às vezes invisível, fricção estranha ao inserirSó inserir o cartão se a ranhura estiver limpa e firme; optar por outro aparelho em caso de dúvidaLeitura do chip
Cash trapping (armadilha de dinheiro)Lâmina ou tampa adicionada à saída das notasVerificar a ranhura das notas, passar a mão; se houver peça móvel, afastar-seRetenção do dinheiro
Teclado falsoTeclas altas, movimento lateral, som de plástico ocoPressionar vários cantos do teclado, verificar a rigidezCaptação do código
Observação e troca de cartãoOferta de ajuda, empurrão, confusão propositadaManter o cartão à vista, recusar ajuda, memorizar o códigoRoubo + código PIN

O que fazem os bancos e as entidades

As redes instalam leitores anti-cópia, teclados reforçados e proteções nas ranhuras. Programas informáticos detetam comportamentos anormais e bloqueiam levantamentos suspeitos. Equipas fazem rondas em locais isolados e substituem as frentes dos caixas a partir de qualquer suspeita.

As entidades oferecem alertas por notificação ou SMS, cartões com autorização sistemática, bloqueios temporários por aplicação e tetos ajustáveis em tempo real. O reembolso de operações não autorizadas ocorre normalmente após reclamação rápida. As condições variam conforme a situação, por isso deve sinalizar qualquer levantamento suspeito o mais cedo possível.

Ative as notificações em tempo real e reduza os plafonds fora das deslocações. Menos margem, menor impacto em caso de fraude.

Cenário real: 30 segundos que evitam uma perda

Ao final do dia, um cliente aproxima-se de um multibanco exterior. Vê um leitor mais brilhante do que o restante painel. Puxa. A peça solta-se. Afasta-se e avisa a agência. Sem este gesto, os seus dados podiam ter sido copiados e usados noutro terminal.

Perguntas frequentes dos clientes

O fim de semana é mais arriscado?

Os burlões atacam em períodos de menor afluência. A vigilância continua a ser a melhor defesa, seja qual for o dia da semana. Os dispositivos anti-intrusão das entidades bancárias funcionam continuamente.

Deve preferir o contacto por aproximação quando disponível?

Alguns multibancos permitem levantamentos com código ou aplicação, sem inserir o cartão. Este método reduz o risco de cópia da faixa. Não dispensa o gesto de tapar o código nem a inspeção rápida do aparelho.

O que fazer no estrangeiro?

  • Utilize caixas dentro de agências ou centros comerciais.
  • Faça levantamentos de dia, em locais movimentados e bem iluminados.
  • Avise o banco sobre as datas da viagem para um acompanhamento e alertas adequados.

Informações complementares úteis

Termos a conhecer: skimming é a cópia dos dados através de uma sobreposição. Shimming é uma lâmina fina inserida na ranhura para ler o chip. Cash trapping retém as notas à saída. O teclado falso grava o código. Perante estes esquemas, os três passos essenciais são inspeção, proteção do código e alertas ativos.

Exemplo de organização: planificar os levantamentos durante a semana na agência, definir um plafond baixo para o resto do tempo e consultar os movimentos na aplicação após cada levantamento. Assim reduz-se a exposição e mantém-se flexibilidade. As famílias podem centralizar alertas num só telemóvel, com plafonds ajustados a cada cartão.

Risco adicional: a falsa avaria. Um ecrã apresenta erro enquanto o cartão ainda está na máquina. Nunca digite o código sob indicação verbal. Cancele, recupere o cartão, mude de caixa. Se o cartão ficar preso, contacte de imediato o banco e mantenha-se perto da máquina até ser atendido.

Olhe dez segundos, puxe pelas peças, tape o código: três gestos simples que reduzem o ataque mais frequente aos multibancos.

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