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Condutores: o Código da Estrada mudou. Veja o novo significado deste sinal.

Sinal de trânsito para bicicletas B9b numa estrada urbana com ciclistas e carros perto de um túnel.

Milhares de automobilistas passam em frente sem reparar, por vezes todas as manhãs.

O sinal que até agora indicava via interditada às bicicletas passa a abranger outros utilizadores. Esta evolução redesenha os trajetos de muitos citadinos, incluindo os que circulam de trotinete elétrica.

Um sinal conhecido, um significado que se alarga

O sinal B9b exibe uma bicicleta num círculo vermelho. Até agora, significava a proibição de acesso para velocípedes. Os municípios instalavam-no perto de vias rápidas, túneis, nós de acesso ou pontes estreitas. As razões prendiam-se com a visibilidade reduzida, a velocidade dos automóveis e a falta de alternativas de fuga para o ciclista.

Desde uma portaria publicada a 23 de março, o seu âmbito foi alargado. A sinalização também se aplica agora aos veículos de deslocação pessoal motorizados (VDPM), como trotinetes elétricas, monorrodas ou segways. As autoridades alinham assim a proibição com o uso real das vias. O objetivo mantém-se: evitar conflitos de fluxos entre veículos rápidos e utilizadores vulneráveis.

O pictograma da bicicleta riscada já não exclui apenas as bicicletas. Aplica-se também a trotinetes elétricas e outros VDPM nas zonas sinalizadas.

B9b: para que serve realmente?

O B9b protege trechos onde a diferença de velocidade cria um risco imediato. Canaliza os percurso dos utilizadores “leves” para itinerários mais protegidos. Evita ainda paragens inesperadas junto a vias rápidas, fontes de quedas e colisões traseiras.

PeríodoUtilizadores proibidosContextos frequentesSanção anunciada
Antes da portariaBicicletasVias rápidas, túneis, pontes estreitasContraordenação de 4.ª classe possível
Desde a portaria de 23 de marçoBicicletas + VDPMMesmas zonas, mais alguns setores urbanos congestionadosAté 135 € consoante a infração

O que muda para utilizadores de VDPM

Um percurso habitual pode passar de autorizado a proibido. O sinal não menciona a trotinete. Contudo, a regra abrange o veículo. É preciso, assim, identificar o pictograma da bicicleta e ajustar o itinerário. As aplicações de navegação nem sempre refletem estas alterações. Um controlo pode ocorrer à saída de um túnel ou num acesso.

Multas e fiscalizações

Passar sob sinal B9b com VDPM expõe à coima. As autoridades aplicam a multa no local. Uma câmara urbana pode também comprovar a infração. O reboque pode ser chamado se o veículo constituir perigo ou atrapalhar.

  • Acesso interdito sob B9b: até 135 €.
  • Circulação no passeio sem autorização: 135 €.
  • Uso de auscultadores ao conduzir: 135 €.
  • Duas pessoas numa trotinete: 135 €.
  • Alteração para exceder 25 km/h: sanções agravadas e possível apreensão.

O uso de capacete continua recomendado e é obrigatório para menores em muitos municípios. O seguro de responsabilidade civil é obrigatório para qualquer proprietário de VDPM. Um acidente sem cobertura pode ter custos elevados.

Antes de sair, confirme o seu percurso: velocidade máxima 25 km/h, idade mínima 14 anos, capacete recomendado, seguro exigido.

Impacto para os automobilistas

O novo âmbito do B9b torna algumas vias mais fluidas. Menos trotinetes em vias rápidas reduz os extremos de diferença de velocidade. Os automobilistas ganham visibilidade em acessos apertados e zonas de sombra. As manobras de desvio diminuem, assim como as travagens bruscas.

No entanto, é preciso manter a atenção. Onde aparece o B9b, os VDPM desviam para ruas paralelas, ciclovias ou zonas 30. O tráfego adapta-se e as prioridades mudam.

Sinalização a vigiar

Fique atento às entradas de túneis, pontes e nós de acesso. O sinal pode aparecer a montante e depois repetir-se antes da obra. Um automobilista que antecipa a presença de utilizadores vulneráveis nos percursos alternativos reduz o risco no cruzamento seguinte. Um pisca acionado cedo, um olhar pelo ângulo morto e a situação está sob controlo.

Outros sinais referem as trotinetes, mas nem sempre de forma explícita

A sinalização dedicada às bicicletas influencia frequentemente os VDPM. Alguns dispositivos dirigem-se apenas às bicicletas. Outros aceitam VDPM se um painel adicional o indicar. A regra depende da sinalização e dos regulamentos municipais.

Exemplos concretos a conhecer

  • Sinal luminoso M12 “ceda a passagem de bicicleta com vermelho”: destina-se à bicicleta. O VDPM nem sempre está autorizado.
  • Vias verdes e ciclovias: acesso possível para VDPM se o município permitir, caso contrário, proibido.
  • Zona pedonal: circulação ao ritmo de passo se o presidente autorizar, caso contrário, punível.
  • Zonas 30: coexistência regulada, com prioridade ao peão nas passagens dedicadas.
Um sinal sem pictograma de trotinete pode mesmo assim aplicar-se ao seu veículo. Siga o regulamento local e o texto do Código.

Onde verá o B9b amanhã?

As cidades alargam o seu uso junto a acessos principais, grandes avenidas em obras e zonas de intercâmbio multimodal. O objetivo é proteger utilizadores “leves” em áreas turbulentas: entregas intensas, filas de autocarros, veículos que viram à direita, visibilidade tapada por mobiliário urbano.

No periurbano, vai encontrá-lo junto a rotundas congestionadas, estradas sem margem e pontes de ligação a autoestradas.

Dicas práticas para adaptar os seus percursos

Para utilizadores de VDPM

  • Identifique os seus pontos críticos: túnel, ponte, rotunda complexa.
  • Prepare um percurso alternativo com ciclovia separada ou via calma.
  • Ajuste a aplicação para evitar vias rápidas.
  • Conte com 5 minutos de margem: um desvio seguro dura pouco mais.
  • Use iluminação forte e colete refletor à noite.

Para automobilistas

  • Esteja atento ao aparecimento de B9b no seu percurso habitual.
  • Antecipe o desvio de utilizadores “leves” para ruas adjacentes.
  • Respeite 1 m em cidade e 1,5 m fora de localidades ao ultrapassar.
  • Adapte a condução à visibilidade real, não à velocidade máxima.

Informações úteis a ter à mão

Um utilizador multado tem prazo para contestar. A reclamação é feita online ou por correio, anexando provas: fotos da sinalização, regulamento municipal, mapa do percurso. A contestação não isenta se o B9b se aplicar claramente, mas permite explicar sinalização ambígua ou em falta.

As empresas de entregas e os gestores de frotas devem informar os seus estafetas. Uma nota interna simples evita multas em série. Um briefing de dez minutos limita riscos: lembrete dos sinais, áreas de exclusão, instruções para mau tempo.

Para saber mais: entender a assimilação entre bicicleta e VDPM

O Código equipara muitas vezes VDPM e bicicletas, sobretudo na velocidade máxima de 25 km/h, uso de ciclovias e prioridade aos peões. Esta assimilação não é total. Varia consoante a sinalização e as normas locais. O B9b exemplifica este equilíbrio: agrupam-se os utilizadores vulneráveis e reencaminham-se para trajetos mais adequados.

Para avaliar o impacto num percurso diário, faça uma simulação simples. Escolha uma via com B9b e procure a ciclovia paralela mais próxima. Meça a diferença de tempo em dois dias. A diferença fica geralmente abaixo de cinco minutos, com um ganho claro em segurança. O mesmo raciocínio vale para automobilistas que desejam evitar zonas de conflito: um percurso um pouco maior reduz o stress ao chegar a um cruzamento movimentado.

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