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Fui conselheira Vorwerk. Eis a verdadeira durabilidade de um Thermomix.

Mulher usando um processador de alimentos numa cozinha iluminada pelo sol, com vapor a subir do aparelho.

A pergunta repete-se em todas as cozinhas, entre uma panela a ferver e uma massa de pizza que cola. Por detrás das avaliações com estrelas, há motores que aquecem, vedantes que se desgastam, hábitos que pesam. Falamos de um aparelho caro, adotado como um companheiro. Então, quanto tempo dura, mesmo?

Na noite em que percebi a resposta, estava num pequeno apartamento, avental atado à pressa. Uma cliente pousava a mão no seu TM31 como no ombro de um amigo. No vapor de um creme de alho-francês, perguntou-me sem rodeios: «Quantos anos vai aguentar, sinceramente?» Rimo-nos, rodámos o seletor, provámos, depois falámos do desgaste, do barulho, de gestos que protegem os motores.

Eu já sabia a resposta, mas queria ouvir a dela.

Tirou um caderno onde regista as receitas e pequenas avarias. Uma cozinha conta a verdade melhor do que qualquer brochura. A prova está numa lâmina ligeiramente baça e num vedante um pouco cansado. E, no entanto, ainda trabalha. Porquê? Porque é amado. E cuidado. Intrigante, não?

Quanto tempo dura mesmo um Thermomix? O que vi no terreno

Ao longo das demonstrações e revisões, vi máquinas de todas as épocas, marcadas por sopas e brioches. Um Thermomix bem cuidado ultrapassa facilmente a década. Dez a quinze anos é a estimativa mais honesta para um uso familiar regular. Alguns modelos mais antigos chegam aos vinte anos, quando a casa se rege por pratos simples e lavagens delicadas. A garantia legal não conta tudo: a vida real, essa sim.

Penso na Nadia, que me abriu a sua cozinha num sábado de chuva. O seu TM31 de 2009 sobreviveu a três mudanças, dois filhos e um cão que adorava roer o cabo. Aos sete anos, substituiu a lâmina e o vedante da tampa; aos onze, a balança já mostrava alguma instabilidade quando a bancada vibrava. Ainda hoje, o aparelho amassa e cozinha, um pouco mais ruidoso do que antes. E continua a ser o coração das sopas de domingo.

As avarias não surgem por magia: seguem um ritmo. Passados alguns anos, a lâmina pode ganhar folga, o vedante perde elasticidade, a balança desregula-se se a máquina estiver em superfície instável. O calor repetido desgasta sensores, o açúcar caramelizado cola onde não deve. Uma máquina que alterna entre sorvetes e massas duras sofre mais do que outra só de smoothies ou compotas. A longevidade é, antes de mais, a soma destes micro-gestos.

Prolongar a vida útil: gestos simples que fazem toda a diferença

O meu truque favorito demora cinco minutos por semana, relógio na mão. Desmonte a lâmina, passe-a por água pelo lado do anel, seque bem a base do copo e a zona do vedante. Abra a tampa e deixe sair a humidade, sem pressas. Levante o aparelho por alguns segundos para limpar os pés e tirar migalhas: a balança detesta grãos presos. Um olhar ao cabo, uma passagem pelos conectores do copo: ritual discreto, anos ganhos.

Os erros repetem-se: copo molhado em cima da base, gelo triturado diariamente na potência máxima, tampa apertada durante horas, bancada desnivelada. Sejamos honestos: ninguém faz tudo isto todos os dias. Chegamos tarde, procuramos o mais simples. Compreende-se. O segredo está em evitar séries de maus hábitos. Mais vale um uso intenso mas consciente, do que raro e descuidado. Os vedantes são os guardiões da longevidade.

Um técnico disse-me um dia, na oficina:

«Os Thermomix raramente morrem de um grande choque. Cansam-se com a acumulação de pequenas coisas.»

Para se lembrar, deixe este lembrete junto à tomada:

  • Faz mais barulho do que um avião? A lâmina merece uma revisão.
  • Cheiro quente anormal? Verifique o vedante e possíveis resíduos debaixo da lâmina.
  • Balança instável? Limpe os pés, estabilize a superfície.
  • Aquecimento irregular? Descalcifique com suavidade e certifique-se de que o copo está bem seco.

Uma lista simples, mas que poupa muitos sustos.

Reparar, atualizar, substituir: o verdadeiro cálculo, não o do catálogo

Todos já vivemos aquele momento em que o aparelho hesita, vibra e pára a meio de um risotto. A tentação de comprar novo é forte, a publicidade seduz. Mas na maioria dos casos, um Thermomix cansado volta à vida depois de uma revisão: lâmina nova, vedante trocado, limpeza profunda, por vezes uma balança recalibrada. Reparar antes de substituir continua a ser a aposta mais acertada, na maioria dos casos. Poupamos dinheiro, evitamos deitar fora um aparelho ainda com utilidade, mantemos rotinas. Se a avaria for da eletrónica ou motor, então sim: ponderar investir num upgrade, ou optar por um modelo recente com funções conectadas. Cada um tem o seu limiar, a sua cozinha, a sua maneira de cozinhar.

Ponto-chaveDetalheInteresse para o leitor
Duração realista10 a 15 anos com manutenção regular, por vezes maisSaber o que esperar antes de comprar ou mandar reparar
Gestos que importamLimpeza da lâmina e do vedante, secagem da base, superfície estávelProlongar a vida do aparelho sem gastos extra
Reparação vs substituiçãoLâmina/vedante baratos, eletrónica mais dispendiosaDecidir com serenidade no momento certo

FAQ:

  • Qual a longevidade média dos TM31, TM5, TM6? Para um uso familiar regular: geralmente 10 a 15 anos. Alguns TM31 duram mais de 15 anos se forem bem tratados.
  • Que sinais indicam que é preciso intervir? Barulho estranho, aquecimento irregular, cheiro a queimado, balança instável, fuga pelo vedante. Agir cedo evita danos maiores.
  • O gelo estraga a máquina? Sim, se for frequente e à velocidade máxima. Use quantidades pequenas, gelo levemente amolecido e varie as receitas.
  • É melhor deixá-lo em standby ou desligar? Desligue no botão quando não o usar durante muito tempo. Descansa a eletrónica e evita arranques espontâneos.
  • O que verificar antes de comprar em segunda mão? Estado da lâmina e do vedante, estabilidade da balança, aquecimento, ausência de cheiro a queimado, número de série e histórico de manutenção.

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