Saltar para o conteúdo

"Não vi nenhum sinal." Esta condutora foi multada ao entrar nesta zona da cidade.

Motorista numa rua movimentada com sinais de trânsito e ciclistas à volta, vista do interior do carro.

Entre viagens apressadas e regras em constante mudança, os mal-entendidos multiplicam-se.

A generalização das zonas de baixas emissões está a redesenhar os acessos aos centros das cidades. Uma condutora de Lyon relata uma multa recebida após uma passagem considerada não conforme, e levanta uma questão simples: serão os sinais suficientemente visíveis para evitar erros?

Uma multa que gera debate

Laura, 34 anos, vive em Lyon. Numa manhã de semana, segue o seu percurso habitual até uma reunião. Alguns dias depois, recebe um aviso de infração: entrada numa zona de baixas emissões sem autorização. Assegura não ter visto nenhum aviso claro nos limites da zona.

Uma sinalização legível, repetida e colocada em todos os acessos condiciona a adesão. A falta de clareza cria erros involuntários.

O seu caso não é isolado. Em várias cidades, condutores descrevem acessos múltiplos, sinais encobertos pela vegetação, ou pórticos colocados demasiado perto de cruzamentos. A implementação avança, mas a informação no terreno continua heterogénea de bairro para bairro.

O que é uma zona de baixas emissões

Uma ZBE delimita um perímetro urbano onde a circulação depende do nível de poluição do veículo. O acesso baseia-se no dístico Crit’Air. As restrições variam consoante a cidade, os dias e os horários. Algumas autarquias preveem derrogações para residentes, profissionais, serviços de saúde ou intervenções de emergência.

Crit’Air e sinalização nos acessos

A regulamentação prevê sinais específicos nos limites da zona e repetições nos principais eixos. A tolerância acaba rapidamente logo após a fase de informação. As cidades devem mapear os acessos, harmonizar os suportes e prever manutenção regular dos equipamentos.

ZBE = perímetro definido + regras afixadas de forma clara + correspondência com os dísticos Crit’Air. Cada acesso deve informar antes da decisão do condutor.

A sinalização, ponto de atrito na estrada

A legibilidade de um sinal depende da sua localização, contraste e contexto. Um cruzamento confuso, uma via estreita ou uma obra podem diminuir a atenção disponível. A entrada numa zona deveria ser anunciada antecipadamente, depois reforçada ao ponto de acesso, e confirmada nos primeiros metros do trajeto.

Obrigações concretas das autarquias

  • Registar todos os pontos de acesso, incluindo ruas secundárias e vias laterais.
  • Garantir altura e ângulo de colocação compatíveis com a leitura a 50 km/h.
  • Poda regular para evitar o encobrimento por árvores ou publicidade ilegal.
  • Reforço visual: sinais, marcações no chão, totens nos principais cruzamentos.
  • Sincronizar as informações com GPS e calculadores de trajetos.

Quanto custa a infração

Os valores diferem consoante a categoria do veículo. Para automóveis ligeiros, a contraordenação prevê geralmente uma coima fixa de 68 €. Veículos pesados e autocarros ficam sujeitos a um valor superior. O pagamento rápido reduz o montante, o atraso aumenta-o.

SituaçãoVeículo ligeiroPeso pesado / autocarroPrazo-chave
Coima fixa68 €135 €Ao receber o aviso
Reduzida (pagamento rápido)45 €90 €Geralmente até 15 dias
Majoração (atraso)Até 180 €Até 375 €Depois do prazo indicado
Para um veículo ligeiro, a coima atinge 68 €. Um pagamento dentro do prazo reduzido minimiza o impacto financeiro.

Como contestar uma multa relacionada com a ZBE

A contestação baseia-se em factos concretos: falta de informação antes do acesso, sinal inexistente ou ilegível, ambiguidade nas indicações, discrepância entre o mapa oficial e a realidade no local. Reunir provas fortalece o processo.

Passos chave para preparar o processo

  • Fotografar o acesso utilizado: vista antes da entrada, ponto de passagem, envolvente imediata.
  • Anotar data e hora, sentido de circulação e via exata.
  • Comparar com os mapas municipais da zona e esquemas de sinalização publicados.
  • Juntar comprovativo do dístico Crit’Air e, se aplicável, da derrogação.
  • Apresentar o requerimento de isenção no prazo indicado no aviso.

Uma carta estruturada e objetiva. Descreve o trajeto, indica a ausência de sinalização prévia, nota obstáculos (vegetação, sinal desviado, obras), e pede a verificação do local.

A responsabilidade de informar no ponto de acesso é da autoridade de sinalização. Uma falha pode justificar o arquivamento do processo.

Reações no terreno

Os inquéritos de opinião revelam apoio maioritário à redução de poluição nas cidades. As críticas incidem sobretudo sobre a clareza das regras e a transição para famílias de baixos rendimentos. Profissionais pedem percursos alternativos claramente marcados, horários visíveis e derrogações específicas.

O que esperam os condutores

  • Pré-aviso bem adiantado nos principais eixos.
  • Mensagens simples: “Zona ZBE — Crit’Air 0 a 2” com horários visíveis.
  • Lembretes regulares e fim de zona identificado para corrigir o trajeto.
  • Coerência entre sinalética, marcações e sistemas de navegação.

Ferramentas para evitar a próxima multa

Antes de se deslocar à cidade, uma breve consulta do perímetro ajuda a ajustar o trajeto. As aplicações de navegação assinalam cada vez mais as restrições. Os painéis de bordo conectados filtram os percursos incompatíveis com o dístico apresentado. Um alerta sonoro na aproximação das fronteiras da zona aumenta a vigilância.

Os condutores que circulam pontualmente no centro das cidades beneficiam de memorizar duas alternativas: um parque dissuasor antes da zona, ou uma via de contorno autorizada para evitar a zona nas horas críticas. A sinalização “P+R” é fundamental quando a ZBE começa perto de um nó rodoviário.

Dicas úteis para orientar-se

Exceções e casos frequentes

  • Derrogações locais: residentes, profissionais, saúde, mudanças com comprovativo.
  • Períodos de ativação: algumas cidades só aplicam restrições nos dias úteis e em horário diurno.
  • Veículos de coleção: regras específicas consoante a idade e o propósito.
  • Dísticos Crit’Air: um veículo Crit’Air 0 ou 1 circula quase em todo o lado; Crit’Air 4 e 5 têm mais limites.

Exemplo concreto: um diesel matriculado em 2009 (Crit’Air 4) pode estar proibido em dias úteis nos centros de grandes cidades. Um trajeto planeado com paragem na periferia ou ligação ao transporte público reduz o risco de infração.

Conselhos adicionais para antecipar

Uma verificação visual sistemática à aproximação dos acessos urbanos traz maior tranquilidade. Três indícios a assinalar: sinal de zona com fundo branco e menção ZBE ou Crit’Air, painel dos horários, e sinalização alternativa para viaturas não autorizadas.

  • Programar o GPS com o dístico Crit’Air para filtrar estradas interditas.
  • Ativar alertas vocais para aproximação de zona regulada.
  • Manter na gaveta do carro: comprovativo de derrogação, prova de morada, certificado Crit’Air.
  • Fotografar acessos pouco usuais utilizados, para registo em caso de litígio.

A transição para mobilidades menos poluentes avança gradualmente. Os apoios à compra de veículos menos poluentes, a partilha de viaturas e o acesso a parques dissuasores compensam algumas restrições. Cidades que conciliam pedagogia, sinalética clara e alternativas de percurso diminuem claramente o número de multas contestadas e reforçam a adesão à medida.

Comentários (0)

Ainda não há comentários. Seja o primeiro!

Deixar um comentário